A mulher, assim como qualquer outra pessoa, independentemente de classe social, raça ou cultura, deve ser respeitada e valorizada pelo que ela é. E é responsabilidade de cada cidadão, inclusive da mulher, a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. No entanto, a realidade não é bem essa. As condições de saúde e infraestrutura, passando pelo saneamento básico, o acesso às necessidades primárias, além da questão cultural, refletem diretamente no cenário real.
Em geral, a mulher transmite segurança para a família quando ela mesma está confiante de si. Quando sua autoestima está elevada, com a garantia de moradia, saúde e educação para os seus, ela se sente mais forte. Então a mulher mostra seu poder e força perante a sociedade, interagindo conforme seus propósitos, destacado sua individualidade e personalidade.
Porém, todo esse cenário muda quando há falta de infraestrutura básica. O estudo “O Saneamento e a Vida da Mulher Brasileira”, lançado em 2018 pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a BRK Ambiental, aponta que uma em cada quatro mulheres no Brasil – 27 milhões –, não tem acesso ao saneamento e à infraestrutura sanitária.
O reflexo desta triste realidade atinge diretamente a saúde dessas mulheres, bem como suas atividades econômicas, educação e bem-estar, interferindo no cotidiano familiar.
Segundo o mesmo estudo, pelo menos 635 mil brasileiras, a maioria delas negras e jovens, poderiam ser tiradas da pobreza caso tivessem acesso à água tratada e ao esgotamento sanitário. E, ainda, haveria um acréscimo médio de R$ 321,03 todos os anos na renda dessas cidadãs.
A incidência de doenças na família e, consequentemente, a necessidade de afastamento da mulher do mercado de trabalho tornam-se uma realidade bastante comum em regiões com ausência de saneamento básico. E a universalização do acesso a estes serviços, que o próprio nome já diz, são básicos, pode mudar esta realidade, dando vez a voz a milhares de brasileiras.
Com isso, a mulher poderá contribuir ainda mais. São inúmeras brasileiras com suas histórias, culturas e desejos. Mas para que possam de fato buscar seu propósito e deixar uma marca na sua comunidade, é preciso garantir um mínimo necessário de direitos, passando especialmente pelo acesso à água tratada e ao esgotamento sanitário.
Com a garantia de infraestrutura nesta área, a mulher terá ainda mais condições de mostrar toda a sua capacidade, contribuindo para a construção de um Brasil mais humano.
